sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Capitulo 5 - Como assim?

Nota: Gente, desculpa a demora!! É que eu tava muito ocupada... por isso, vou colocar o capitulo 5 inteiro!! Ah, nos próximos eu vou colocar o capitulo inteiro também!

Beijão!


Depois do banho eu desci, minha mãe estava na cozinha preparando uma comida gostosa pra gente – ela cozinha muito bem – e eu resolvi fazer a coisa mais sensata enquanto eu esperava: Liguei pra Andressa. Eu sabia que se eu não ligasse, ela iria me matar – literalmente. Disquei os números já familiares com medo, ela com certeza iria brigar comigo por ter demorado tanto, eu realmente tinha dormido demais.
- Alô? – ela falou com a voz um pouco irritada.
- Oi Déa, é...
- Letícia Fontes!! O que deu em você? – ela gritou do outro lado da linha sem me deixar falar -Por que demorou tanto? Sabia que eu estava preocupada com você? Sua mãe disse que você tava doente, eu sei que não é verdade, mas isso não vem ao caso! Quero saber por que você demorou de ligar, eu já tava quase ligando pra você! Que falta de consideração com sua amiga garota!
- Andressa, quer, por favor, calar a boca e ouvir um pouquinho? – eu gritei.
- Ah, tá, pode falar. – ela falou calmamente. Suspirei.
- Desculpa por ter demorado pra ligar, é que eu... acabei dormindo depois que eu cheguei do colégio e só acordei agora.
- Dormindo? Ummm... então tá, amanhã agente conversa ok? Boa Noite.
Ela desligou.
Fiquei olhando para o telefone, Andressa tinha desligado na minha cara? Com certeza ela estava com raiva de mim. Mas eu não ia me estressar com isso, era como minha mãe falou, o tempo cura tudo.
- Filha, o jantar tá na mesa!

O despertador tocou, eu estranhamente estava mais alerta – apesar de não ter dormido direito. Na geladeira, um bilhete da minha mãe, que já havia saído – como sempre.
“Tenha um ótimo dia”
Como de costume, quando eu cheguei na minha sala, ainda não tinha ninguém. Me dirigi até a minha carteira na frente, sentei e retirei da mochila o meu “velho” livro Anjos e Demônios e comecei a ler. Já tinha lido duas páginas quando a carteira ao meu lado foi arrastada e alguém sentou nela, esse alguém, era o Josh.
- Oi – ele falou.
Olhei incrédula para ele.
- Você está falando comigo?
- Acho que só tem você na sala né?
Olhei em volta só pra garantir que era verdade.
- Olha, - ele começou – eu sei que eu fui um pouco grosso com você ontem, mas você sabe que fez uma coisa errada, e eu aceito as suas desculpas se você pedir. – a medida que ele foi falando meus olhos foram ficando grandes.
- Como assim se eu pedir desculpas pra você? – perguntei.
- Bom, o errado aqui não foi eu. – ele falou com a cara mais inocente do mundo.
Nessa hora eu fiquei com raiva, já sabia muito bem dos meus erros para ele ficar jogando da minha cara.
- Bom, então espere sentado, porque eu não vou falar isso que você quer que eu fale! – quase gritei pegando meu livro e começando a ler de novo.
- Você me deve isso. – ele falou – vai me dizer que não é feio ler as coisas dos outros. – a medida que ele falava eu fui notando um risinho de canto de boca, parecia que ele já estava contando vitória antes mesmo de lutar na guerra. Que cara convencido!
Suspirei, tentando dissipar a minha raiva.
- Acho que seu lugar não é aí na frente.
- Ah, eu tô bem aqui, obrigado!
Não falei nada e voltei a ler meu livro.
- Sabe, eu tô esperando.... – ele falou com quem não quer nada.
- Esperando o quê?
- As desculpas!
- Eu não vou pedir desculpas!
- Ah, você vai.
- Não vou. – falei encarando ele.
- Vou fazer você pedir. – ele falou me encarando também.
- Nem me pagando eu peço. – estreitei meus olhos.
- Pede sim!
- Não peço!
- Pede!
- Não peço!
Nessa hora a porta abriu e Andressa entrou. Nós dois olhamos para ela, ela olhou para nós dois. Silêncio.
- Bom dia. – Andressa quebrou o gelo e sentou na cadeira de sempre.
- Bom dia Déa. – falei. Josh ,não disse nada e de repente se mostrou muito interessado na mochila dele.
Andressa sentou atrás de mim como sempre, ainda desconfiada de algo. Eu voltei a prestar atenção no meu livro.
Não deu dois minutos e as pessoas começaram a chegar, e com elas, um bilhete de Andressa:

Como assim?


Como assim o quê?
– Devolvi.


Como assim, como assim o quê? Você não tem nada pra me contar?


Nesse meio tempo Cristian havia chegado e sentado atrás do Josh, também desconfiado.


Eu não tenho nada pra contar.


Tem sim!!!


Procurei desesperada por uma saída. A professora de Física estava entrando na sala. Ótima saída!


Depois agente conversa Déa, a professora já chegou.


Sim senhora, dessa vez eu quero que você me explique tudo que tá acontecendo viu!!


Balancei minha cabeça. Droga, o que eu ia dizer pra Andressa? “A verdade”, pensei, “você não estava fazendo nada demais.” É, eu não fiz nada demais não é? E eu podia contar a verdade para Andressa, pelo menos a parcela dela, ainda estava proibida – a não ser para minha mãe - de contar sobre a carta... A carta. Eu quero pedir desculpas para o Josh, afinal, ele estava certo, eu fiz uma coisa errada, mas aquela cara de convencido dele... não, não vou pedir desculpas, ainda não!
As quatro primeiras aulas se passaram com Andressa não parando quieta na cadeira, Cristian olhando preocupado para ela e Josh com a cara tranqüila, prestando atenção na aula. Eu também estava prestando atenção, não era o fato de ter um menino lindo do meu lado, uma amiga nervosa atrás de mim e uma imensa culpa nas costas que iria fazer com que eu não prestasse atenção na aula. Eu acho.
Nenhum de nós falou nada, mas – infelizmente, nada é perfeito – o sinal para o intervalo tocou, e eu ia para a fogueira. Andressa me puxou “discretamente” porta a fora, nem deu tempo de ver a reação do Josh ou o que ele iria fazer, ou pra onde foi. Ian nos seguiu, aquilo que era amigo, sem nenhuma pergunta para fazer, na dele, apóia a gente sabe!
Sentamos à mesa de costume e Andressa riscou o fósforo:
- Vamos, me conta, o que foi aquilo que eu vi?
- O que exatamente você viu Andressa? – revirei os olhos.
- Como assim o que eu realmente vi Letícia?
- Déa, deixe a Lê em paz! – entrou Ian em minha defesa.
- Quem te chamou na conversa meu filho?!
Eles iam discutir por mim agora, agora que eu tava bonita...
- Deixa Ian, eu vou explicar! – falei tentando evitar a briga. Andressa olhou pra mim com cara de interessada e Ian fez a expressão “tá bom, se você quer assim”.
- Andressa Rios, no momento em que você chegou, eu estava conversando com o aluno novo – gatíssimo, acrescentei em mente, - Josh Steven. Alguma pergunta? – os olhos de Andressa brilharam, Ian balançou a cabeça, incrédulo.
- Sim, - ela falou - o que vocês conversaram?
Droga, pra que eu perguntei se ela ia perguntar alguma coisa? É óbvio que ela ia querer perguntar mais alguma coisa. Que vontade de bater no Josh, foi ele que fez isso tudo acontecer!
- Nada demais, - inventei na hora – sobre o tempo, as aulas...
- Hum – Andressa falou decepcionada. – Foi só isso?
- Sim. Posso ir comer agora? – falei já me levantando da mesa.
- Pode sim, eu não tô com fome hoje.
- Pera Lê, eu vou com você! – Ian disse levantando também.
Fiquei aliviada por ter levantado da mesa, eu estava me sentindo sufocada. Ian veio ao meu lado. Quando ficamos em uma distancia considerável da mesa onde estava Andressa, ele falou:
- Eu não sei por que, mas eu acho que você mentiu, não acho que você e o aluno novo – ele retorceu a boca – tenham apenas conversado sobre o tempo. Mas, não precisa me explicar nada não – ele falou rapidamente quando eu ia me defender – se você quer guardar esse sentimento só com você, não tem problema, eu sei como é isso. – como assim ele sabe o que é isso? – mas tome cuidado com Andressa, ela tá supercuriosa, e se você não quer falar nada com ela por enquanto, aja mais discretamente tá bem?
Só consegui balançar minha cabeça, o que mais eu ia dizer? Que ele tava errado? Não, eu não conseguia fazer isso...
Quando entramos na sala, o Josh, é claro, já estava lá, que garoto mais apressado!
Do mesmo jeito que ele foi o primeiro a chegar depois do intervalo, ele foi o primeiro a sair da sala quando o sinal tocou indicando o final da aula.
Eu, como sempre, fui a última a sair, quando fui guardar meu caderno, vi um papelzinho caído no chão, peguei e li:

Você vai me pedir desculpas :P

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