domingo, 21 de junho de 2009

Capitulo 2 - Carta do melhor amigo

Mal cheguei em casa, ouvi o telefone tocar. Corri para atender.
- Alô?
- Oi Lê, é a Déa.
- Oi Déa – respondi com um sorriso no rosto.
- Nem deu para agente conversar, aquela insuportável da sua chefa...
- Eu sei amiga, nem me fale – respondi indo me sentar no sofá que ficava perto do telefone. Não sei porque, mas estava sentindo que essa conversa ia ser longa.
- Você viu a reação do Ian quando á viu?
- Vi sim amiga, mas não se preocupe não, todos os meninos ficam assim quando estão perto dela. – tranqüilizei-a.
- Pois é... ela se acha né?! Mas nem ligo, pra mim o que vale mais é o que a pessoa tem por dentro, não o corpo. E os meninos são muito idiotas de só se importarem com isso. E outra coisa, se o Cristian – ela falou o nome dele agressivamente – quer ficar lá babando por aquela sua chefa lá, não estou nem aí. – terminou ela com um pouco de mágoa na voz.
Eu queria falar várias coisas a ela, de como ela estava perdidamente apaixonada por ele e nem sequer se tocava disso, que ele também era apaixonado por ela e ela não sabia, mas resolvi fingir que não ouvi o ressentimento por trás da sua voz e me limitei a concordar.
- Isso mesmo amiga.
- Bom, deixando de lado os meninos idiotas, vamos falar dos meninos bonitos agora.
- Claro, claro. – revirei meus olhos.
Eu realmente não ligava muito para esse negócio de meninos, quando a Déa falava sobre isso, eu escutava mais do que fazia qualquer outra coisa, isso porque até hoje nenhum menino demonstrou nada além de amizade por mim, e eu realmente nem queria isso.
Me forcei a prestar atenção no que a Déa dizia.
- Letícia minha filha, esse ano eu estou adorando, tem muitos, mais muitos meninos novos gatos. Só lá na nossa turma tem uns três eu acho, nas outras tem mais.... aiai. – ela fez uma pausa – tem certeza que não reparou em nada?
- Tenho sim Andressa, juro que não. Você me conhece, não ligo muito pra esses negócios não...
- Não liga ainda Lê, porque eu ainda vou conseguir te mudar, a vou!!!
- Ai meu Deus que medo – brinquei.
- É pra ter medo mesmo, porque vai ser uma reforma geral!
Continuamos por mais uns 15 minutos a nossa conversa - onde eu ri muito – e falei pra Andressa que iria desligar porque já que o colégio estava cheio de gatinhos, não iria querer aparecer amanhã com calos nas orelhas. Ela riu do meu argumento disse um “boa noite” e “até amanhã” depois desligou.
Coloquei o telefone no gancho, peguei minha mochila que estava no chão encostado no sofá e subi para o meu quarto. Larguei a mochila no chão ao pé da cama, fui ao banheiro, tomei um banho, vesti meu pijama e desci para a cozinha. Peguei dois pães, passei manteiga, preparei um achocolatado, coloquei tudo para dentro e fui dormir dando graças a Deus por não ter atividades para entregar, por amanhã ser outro dia e que o dia de hoje já estava acabando. Verifiquei o despertador do meu celular, fechei meus olhos e dormi quase instantaneamente.
A noite foi tranqüila, sem sonhos.

Quando meu despertador do celular tocou, eu relutei um pouco em abrir os olhos, estava morrendo de preguiça. Mas depois eu lembrei que iria rever meus amigos então, levantei rapidamente, tomei banho, vesti uma calça jeans e a farda do colégio, peguei minha mochila e fui para a cozinha. Estava sem fome, então peguei só uma maçã e saí.
Cheguei ao colégio bem cedo, não tinha quase ninguém na entrada ou na cantina. Resolvi ir logo para a minha sala esperar a Andressa e o Cristian por lá.
Subi as escadas e abri a porta da sala. Ninguém. Me dirigi ao meu lugar de sempre – na fileira do meio uma cadeira trás da primeira - e peguei um livro que estava esquecido dentro da minha mochila Anjos e Demônios e quando ia começar a ler ouvi o barulho da porta se abrindo.
Entrou por ela um garoto que eu não conhecia com a pele bronzeada, cabelo marrom dourado, quase cor de mel. Ele usava uma calça jeans folgada, a camisa da escola e um casaco cinza por cima. De tirar o fôlego.

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