sábado, 1 de agosto de 2009

Quando desliguei o telefone fiquei aliviada por não ter mais que falar dele, mas agora teria que pensar nele. Bom, não se eu pudesse evitar, eu não queria pensar no que falar pra ele agora. Subi correndo pro meu quarto, liguei o meu som, coloquei um CD da Green Day e coloquei no último volume. Liguei o computar e fui fazer qualquer coisa que me distraísse, encontrei um jogo e fiquei nele até o conseguir ir ao último nível. Olhei o relógio, eram sete da noite, resolvi dormir cedo, quem sabe algum sonho meu me desse uma luz?
Desliguei o som e o computador, tomei um banho rápido e fui deitar.
Não consegui dormir direito, pude até ouvir quando minha mãe chegou, seus passos pela casa. Quando ela veio me ver eu fingi que estava dormindo, queria muito compartilhar minha angustia, mas não queria deixá-la preocupada.
Consegui dormir por algumas horas, quando o despertador tocou demorei um pouco para lembrar porque eu estava com tanto sono ainda e porque estava tão angustiada. Quando consegui me lembrar não tive coragem de levantar da cama.
- Mas o que é isso Letícia? – falei comigo mesma – Você, sempre uma menina tão forte, com medo do que um garoto vai pensar de você?
Suspirei, tomei coragem e levantei. Como sempre, minha mãe já havia saído.
Cheguei mais cedo do que eu esperava na escola, antes de abrir a porta da sala tive que tomar fôlego, minhas pernas não queriam me obedecer, e se ele já tivesse chegado?“ Vai ser ótimo, assim você acaba logo com isso!” pensei. Quando abri a porta suspirei de alívio, ele ainda não tinha chegado, não só ele, mas ninguém.
Fui direto pra minha cadeira e sentei lá, mas meu alívio durou pouco, 5 minutos depois ele entrou na sala. Sentou no lugar de sempre, no fundo. “É agora Letícia” pensei “ tem que aproveitar enquanto não tem ninguém na sala, com certeza ele vai te agradecer por ter devolvido o livro, não tenha medo”. Tomei fôlego, peguei o livro e fui andando em direção a ele.
- Er... oi! – falei com a voz fraca.
Ele olhou assustado para mim, seus olhos eram de um castanho claro intenso. Esses mesmos olhos que olharam para mim com surpresa, quando viram o livro na minha mão ficaram brilhantes.
- Ah, sim, encontrei esse livro ontem. Acho que é seu! – falei entregando o livro para ele.
- Nossa! – ele exclamou sorrindo, um sorriso lindo por sinal. – Eu achei que não iria encontrá-lo mas...
Ele olhou para mim, mas não mais havia um sorriso no seu rosto e os seus olhos estavam frios.
- Como você sabia que era meu? Não tem o meu nome nele...
Eu não consegui falar, ainda estava em choque com a sua mudança de emoções.
- Você leu não foi? – ele perguntou asperamente. Consegui recuperar um pouco da minha voz e comecei.
- Eu só...
- Sabia que é muito feio ler a carta dos outros sem permissão? – ele perguntou com a voz fria.
Eu corei – graças a Deus por eu ter a pele escura - e respirei fundo, sabia que isso ia acontecer.
- Sim mas...
- Se você sabia disso, porque leu então?
Eu já estava começando a ficar irritada, por mais que eu estivesse errada, será que ele não iria me deixar falar?
- Eu só li porque...
- Você não tinha esse direito.
Nessa hora perdi a minha paciência.
- Cara, você vai me deixar falar ou não?
- Falar o que? Que você está errada? Que tá com pena depois do que leu? – ele perguntou sem emoção.
Depois disso eu vacilei, em nenhum momento eu me preocupei em sentir pena dele ou de alguém, mas sim no que eu iria dizer a ele por ter lido a carta, na reação que ele teria quando eu dissesse... Tecnicamente, eu só havia pensado em mim, nos meus problemas.
- Eu não...
- Quer saber garota? Só peço que você não conte para alguém sobre isso. – ele falou bruscamente.
- Eu não vou contar a ninguém! – respondi indignada.
- Ótimo. Obrigado por devolver o livro, pode voltar pro seu lugar agora.
Eu fiquei paralisada por um momento depois voltei para o meu lugar e fiquei lá. Como eu era egoísta! Só havia pensado em mim e não pensei na situação dele e do menino, Esmond.

6 comentários:

  1. Que meninoo baixo astral é essseeeeee!! tomara que ele morraaaaa! vou plagear!!!!

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  2. shuahsauhss
    ¬¬' (não liguem para ramiro, ele não sabe o que faz....)
    FELIZ NÍVER RAAAAMIS!

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  3. Que história legal! Adorei teu blog, e já estou seguindo! :D
    Ah, mas concordo com o Ramiro, muito baixo astral meeesmo. Tratar uma garota assim?
    Olha, se fosse comigo, por mais que eu gostasse dele, daria um jeito de esquecê-lo!
    Mesmo assim, a história é bem interessante.
    Beeeijoos!

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  4. Que bom que gostou, obrigada!
    Ele tem os motivos dele, não o julgue ainda ;)
    beeijos!

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  5. Eu acho que ela tá certo, quem gostaria de ter seus segredos decobertos por "estranhos"?

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